sexta-feira, 29 de março de 2013

A questão de se importar


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
Paulo Sant'Ana

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Quem é mais sentimental que eu?

Nem bonito, nem rico, nem sarado.
Eu gosto mesmo é de gente estranha.
Tati Bernardi
Isso. O problema é comigo. Eu sou estranha, não sei, nem eu me entendo direito. Do nada faço decisões estranhas, ajo estranho, falo estranho, eu mudo. Não gosto de ir onde todo mundo vai, gosto de sair da monotonia do dia-a-dia mudando as pessoas de convívio. Mudar me faz bem ao mesmo tempo que me faz mal. Eu ainda não sei se isso é bom ou ruim. 
As pessoas perguntam se estou bem, por que estou estranha, o que foi etc, mas não foi ninguém. Sou eu. Que penso demais. Sou cismada demais. EU me acho estranha. Não sei se aguentaria conviver comigo mesma. Não sei como as pessoas aguentam. Não, espera, elas nao aguentam né.
Eu sou o tipo de pessoa que não aguenta esperar um minuto a resposta da mensagem . Daí eu acho que a pessoa está ocupada , dirigindo, tomando banho, foi raptada , assaltada e começo a entrar em desespero .